Convém destacar, neste momento, a forma como vem sendo trabalhada a alfabetização atualmente, tendo como ponto de referência os Parâmetros Curriculares Nacionais e a Lei de Diretrizes e Bases, bem como o referencial teórico que norteia o planejamento dos professores de 1ª série de uma escola da rede particular de ensino da cidade de Curitiba.
De acordo com a Lei 9394/96, artigo 32: o ensino fundamental terá por objetivo a formação básica do cidadão partindo-se do desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, escrita e do cálculo. Neste mesmo artigo, comenta-se sobre a questão da compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade.
Neste ponto, a Lei parece ressaltar a questão da aquisição da leitura e escrita como de fundamental importância na atualidade, porém não fica bem clara a relação entre a busca da compreensão do mundo que cerca o aprendiz, a partir das habilidades e capacidades alcançadas a partir da alfabetização, parecendo que se tratam de condições isoladas, quando na verdade, constituem um complemento uma da outra.
De acordo com os PCNs, o material de leitura tem muita relevância no trabalho de formação de bons leitores, uma vez que as crianças aprendem a gostar de ler quando, de alguma forma, a qualidade de suas vidas melhora com a leitura. Fica clara, portanto, a preocupação com a questão do letramento, da utilidade dos conhecimentos aprendidos sobre a alfabetização no dia-a-dia do aluno, ou seja, a aplicabilidade da leitura e escrita em sua função social.
Para que o aluno alcance o objetivo de interpretar e produzir textos, a unidade básica de ensino da leitura e escrita não deve ser nem a letra, nem a palavra e nem a frase descontextualizada. Os PCNs propõem o trabalho com a alfabetização a partir de textos, incluindo-se todas as tipologias textuais. Desta forma, a palavra PARE escrita no asfalto pode originar uma série de discussões e análises, as quais diferem drasticamente da simplista construção de uma lista de palavras iniciadas com P, totalmente fora de contexto.
Finalmente, destaca-se nos Parâmetros que para ler e escrever é preciso pensar sobre a escrita, pensar sobre o que a escrita representa e como ela representa graficamente a linguagem. A partir desta reflexão, a criança conseguirá vivenciar a questão da alfabetização e perceber o processo de forma natural e completa.
Relacionando os aspectos acima destacados com o referencial teórico e a prática em turma de 1ª série de uma escola de Curitiba - PR, percebe-se que muito se tem tentado inovar e modificar no ensino da leitura e escrita. A questão do trabalho gerado a partir de textos já parece ter se tornado unanimidade por parte dos educadores. A questão que parece ainda gerar polêmica é: de que maneira conduzir o trabalho com textos?
O referencial teórico que permeia a prática na já referida escola tem como eixo central a proposta feita pela autora Miriam Lemle2 (2001). Esta autora faz toda uma observação inicial acerca das capacidades necessárias ao educando para se alfabetizar, tais como a questão da percepção, da idéia do que seja um símbolo, da discriminação das formas das letras, bem como da organização e estruturação do texto escrito.
Porém, a questão central de seu trabalho, consiste em relacionar as hipóteses que as crianças vão construindo no decorrer do processo de alfabetização e da importância da superação de cada uma destas etapas para o avanço em um estágio mais avançado.

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